sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Habilidade com a leitura e a escrita


 
O conceito de letramento, muito divulgado no Brasil, nas pesquisas da área de educação pela professora Magda Soares (entre outras), deixou de lado o contraste entre pessoas que sabem e que não sabem ler. O letramento considera graus de intimidade do indivíduo com materiais de escrita e de leitura. Para não assustar ninguém, é bom deixar claro que o letramento é algo que está em nosso dia-a-dia. Nada mais é do que parte de nossa necessidade diária de ação pela linguagem, especialmente lendo e escrevendo.

Quando alguém sabe ler, mas não consegue compreender sequer textos curtos, essa pessoa pode ser alfabetizada, mas tem um nível de letramento muito baixo. Esse nível pode aumentar à medida que o indivíduo aprende a lidar com mais e diferentes materiais de leitura e de escrita. Quanto mais textos alguém é capaz de ler e entender, mais letrado é. Assim também funciona com a escrita. Quanto mais material escrito alguém é capaz de produzir, mais letramento tem. E não adianta produzir apenas em quantidade. É preciso ampliar o leque de possibilidades, ou seja, ler muitas coisas diferentes e saber o que fazer com elas.

Por exemplo: você é capaz de ler bem uma tirinha? Sabe lidar com o texto do rótulo de uma lata de ervilhas? Consegue produzir um bom bilhete para um familiar? Pode se mover na cidade lendo as placas de rua? Sabe como procurar informações numa bula de remédio? Então você tem letramento suficiente para o dia-a-dia. O caixa eletrônico do banco é mais uma possibilidade de letramento. Já que está numa máquina, ficou sendo chamado de letramento digital. As pessoas que entraram nesse tipo de letramento podem atuar na linguagem por meio da leitura e da escrita de textos produzidos no e para o computador, estejam eles na internet ou nos programas de produção e leitura de material textual.

Uma instituição de ensino é a responsável, em grande medida, pelo aumento do letramento das pessoas. É lá que o indivíduo deixa de ler e escrever apenas os textos do dia-a-dia e passa a ter contato com materiais elaborados de maneira diferente, às vezes mais complexos e menos comuns no cotidiano. Na escola, aprendemos a escrever as famosas dissertações. Na faculdade, chovem os resumos, as resenhas e as tenebrosas monografias. Os artigos científicos tornam-se a leitura predileta de quem resolve se especializar na carreira. E, mais tarde, para quem se aprofunda, chegam as dissertações e teses. A leitura literária faz parte da ampliação do letramento. Tudo isso faz aumentar, também, a quantidade e a qualidade das informações na nossa memória, ou seja, nossa bagagem cultural. Isso é letramento. E quando alguém também domina os textos feitos na e para a tela do computador, isso é letramento digital.

Quando o indivíduo entra numa agência bancária e não consegue lidar com as orientações escritas na máquina, é preciso introduzi-lo nessa nova possibilidade de leitura. As escolas, há vários anos, têm oferecido computadores e laboratórios de informática aos alunos para que todos tenham acesso às novas maneiras de ler e escrever. No entanto, nem sempre apenas as máquinas bastam. É preciso que o professor planeje uma nova maneira de dar aulas, um novo jeito de ensinar, com novas tecnologias. Isso é aumentar o letramento e entrar no mundo das possibilidades digitais.
Ana Elisa Ribeiro, professora do Centro Universitário UNA, doutoranda pela UFMG e autora de Letramento digital: aspectos sociais e possibilidades pedagógicas.


Disponível em: http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com/2008/03/habilidade-com-leitura-e-escrita.html

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sugestões de livros para leituras sobre a alfabetização

  • A prática educativa-como ensinar, de Antoni Zabala, Editora Artes Médicas.
  • Além da alfabetização, Organizado por Ana Teberosky e Liliana Tolchinsky, Editora Ática.
  • Aprendendo a escrever-perspectivas psicológicas e implicações educacionais, de Ana Teberosky, Editora Ática.
  • Escola, leitura e produção de textos, de Ana Maria Kaufiman e Mria Helena Rodriguez, Editora Artes Médicas.
  • Escrita e alfabetização, de Carlos Alberto Faraco, Editora Contexto
  • Estratégias de leitura, de Isabel Solé, Editora Artes Médicas.
  • Ler e escrever, muito prazer!, de Beatriz Cardoso e Madza Ednir, Editora Ática.
  • Literatura e redação, de Irene Araujo Machado, Editora Scipione
  • Literatura infantil: Uma nova perspectiva da alfabetização na pré-escola, de Lucia Lins Browne Rego, Editora FTD.
  • O construtivismo na sala de aula, César Coll e outros autores, Editora Ática.
  • O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, de Telma Weisz, Editora Ática.
  • Oficina de Leitura, de Ângela Kleiman, Editora Pontes/UNICAMP.
  • Ortografia: Ensinar e aprender, de Artur Gomes de Morais, Editora Ática.
  • Para entender o texto-leitura e redação, de José Luiz Fiorin e Francizco Platão Savoli, Editora Ática.
  • Psicologia da linguagem escrita, de Ana Teberosky, Editora Trajetória cultura/UNICAMP.
  • Uma história da Leitura, de Alberto Manguel, Cia. das letras.

Portfólio

O portfólio é um instrumento muito útil para avaliação e também  organizar trabalhos diversos. Crie o seu e de seus alunos, faça belas capas.Veja, algumas sugestões de capas no blog. Agora, basta você usar a criatividade!



 Exemplo de Portfólio de um trabalho acadêmico sobre os níveis da escrita.




UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

Centro de Ciências Humanas - CCH
Curso de Pedagogia – Licenciatura



Solange da Silva Gonçalves Oliveira






PORTFÓLIO:
OS NÍVEIS DA ESCRITA
E SUAS CARACTERÍSTICAS






Trabalho apresentado à disciplina Fundamentos da Metodologia da Língua Portuguesa na Educação Infantil como requisito parcial de avaliação do Curso de Pedagogia, orientado pela professora Ms. Eliana de Freitas Soares.




Janaúba - MG
Outubro/2011


1.      Introdução
Neste trabalho foram organizados os níveis da escrita: o pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético, na qual apresenta os momentos iniciais e o desenvolvimento da criança na escrita.
Baseando nas teorias de Emília Ferreiro de maneira que as crianças constroem suas hipóteses e como vai entrando em conflito ao aplicá-las em diferentes situações, que devem ser estimuladas a fazerem sozinhas de forma espontânea as atividades que desenvolva a escrita, tendo o professor como mediador da aprendizagem, na qual a criança construa a lógica e começa a interpretar e distinguir o desenho da escrita dando significados, adquirindo assim o raciocínio. Esse é o momento mais importante para a criança na fase da escrita que deve ser percebido pelos pais e professores que a acompanham.
Nesse contexto, a principal tarefa do professor é aprender a observar, ver e entender a evolução da criança, para que possa trabalhar a partir do nível de conceitualização da mesma.
Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi nasceu na Argentina em 1936. É psicóloga e pedagoga, radicada no México, doutora pela Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget. Em 1970 depois de se formar em psicologia pela Universidade de Buenos Aires, estudou na Universidade de Genebra, onde trabalhou como pesquisadora-assistente de Jean Piaget e obteve o seu PhD sob a orientação do psicopedagogo suíço. Retornou a Buenos Aires, em 1971. Formou um grupo de pesquisa sobre alfabetização e publicou sua tese de doutorado - Les relations temporelles dans le langage de l'enfant. No ano seguinte, recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim (EUA). Em 1977, após o golpe de Estado na Argentina passou a viver em exílio na Suíça, lecionando na Universidade de Genebra. Iniciou com Margarita Gómez Palacio uma pesquisa em Monterrey (México) com crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem. Atualmente é Professora Titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, na Cidade do México.
Os dados para esse trabalho foram obtidos durante uma pesquisa realizada com crianças fora e dentro do ambiente escolar para vivenciar alguns momentos da criança na hora de escrever, observando a percepção e a lógica que adquire quando escreve e também crianças do maternal, 1º e 2º período da Escola Municipal Dalva dos Anjos da cidade de Janaúba-MG.
Para esse trabalho foi utilizado atividades como desenho livre, ditado com figuras e ditado oral, na qual foram trabalhados com crianças de quatro, cinco e seis anos de idade para análise dos níveis da escrita.
Durante a pesquisa foi possível perceber como cada criança usa a lógica para representar a escrita comparando o tamanho do objeto com a quantidade e tamanho das letras, se o objeto for grande as letras são grandes e com maior quantidade se o objeto for pequeno as letras são pequenas e com menor quantidade as vezes três letras é o suficiente para representar.
As crianças pesquisadas fora do ambiente escolar na idade de cinco anos tinham uma dependência para responder as atividades, na qual pediam para os pais soletrarem as letras, porque tinham medo de errar e ao fazer a tarefa da escola é de costume que os pais soletrem. Com isso, a criança acaba acostumando a sempre ter as respostas prontas sem precisar pensar e desenvolver o raciocínio prejudicando a aprendizagem. A criança caminha em seu processo quando ela possui uma teoria, uma hipótese que pode ser aplicada, verificada ou contestada. Caso contrário, ela se mobilizará em função de resultados, em função de cumprir tarefas, não se esforçando para compreender o sistema de representação da escrita.
A ênfase no certo e errado traz como contrapartida a mobilização da criança apenas em função do cumprimento da tarefa. Ao professor cabe saber entender a evolução do processo da escrita, abrindo lhe espaços para que ela possa aplicar suas hipóteses e avançar em seu conhecimento.
Esta experiência nos fez refletir sobre o contexto escolar diante do processo da escrita. O professor deverá estar sempre atento às novas ações de ensino e aprendizagem que ajudam a combater o analfabetismo. Emília Ferreiro nos mostra que o importante não é saber ensinar e sim como que a criança aprende. Para a criança cada descoberta é um momento mágico, na qual a imaginação os leva a um lugar diferente onde tudo passa a ter um novo significado.



2.      Níveis da escrita
Entender o mundo das letras é para a criança a possibilidade de começar a utilizar alguns códigos do mundo adulto, bem como a de dar significados consistentes às inúmeras grafias com as quais ela se defronta todos os dias. Sem dúvida é um processo muito rico para a criança e muito envolvente e desafiador para o professor.
A questão fundamental no processo de alfabetização é a compreensão da estrutura do sistema alfabético enquanto representação da língua, ou seja, não se trata de considerar a escrita alfabética como uma representação gráfica dos sons da língua.


2.1.         Pré-silábico
Neste período as crianças diferenciam as marcas gráficas figurativas e as não- figurativas, a distinção entre “desenhar” e “escrever” que se caracteriza por uma busca de diferenciação entre as escritas produzidas, sem uma preocupação com as propriedades sonoras da escrita. Nesse nível a criança:
- Pode usar letras ou pseudoletras, garatujas, números;
- Não compreende que a escrita é a representação da fala;
- Organiza as letras em quantidade (mínimo ou máximo de letras para ler);
- Vai direto para o significado, sem passar para sonora;
- Variação de letras-ALSI (elefante);
- Relaciona o tamanho da palavra com o tamanho do objeto.
Veja nos exemplos:






2.2.         Silábico
As crianças exploram então critérios que lhes permitem as vezes, variações sobre o eixo quantitativo varia a quantidade de letras de uma escrita para outra, para obter escritas diferentes, e as vezes sobre eixo qualitativo varia o repertório de letras que se utiliza de uma escrita para outra; varia a posição das mesmas letras sem modificar a quantidade. Esse nível representa um salto qualitativo da criança, que super a etapa da correspondência global entre a forma escrita e a expressão oral atribuída.
A criança entende que a escrita representa a fala, percebe a relação de som com a grafia, escreve uma letra para cada sílaba como para BOLA___OA (valor sonoro só nas vogais) ou BOLA___BL (só usa consoantes).
Veja nos exemplos:










2.3.         Silábico-alfabético
Quando a criança descobre que a sílaba não pode ser considerada como uma unidade, mas que ela é por sua vez reanalisável em elementos menores ingressa no último passo da compreensão do sistema socialmente estabelecido.
A evolução do nível silábico leva a criança a estabelecer que as partes sonoras semelhantes entre as palavras se exprimem por letras semelhantes. Nesse nível, existem duas formas de correspondência entre sons e grafias: silábica (sílaba é o som produzido por uma só emissão de voz) e a alfabética (análise fonética e/ou análise dos fonemas, que são os elementos sonoros da linguagem e têm nas letras o seu correspondente. O conjunto de letras é o alfabeto. Ou seja, a criança escreve parte da palavra aplicando a hipótese silábica, de que para se escrever uma silaba é necessária apenas uma letra; e parte da palavra analisando todos os fonemas da sílaba.
Veja nos exemplos:





2.4.         Alfabético
Caracteriza pela correspondência entre fonemas e grafias. Existe a compreensão da escrita alfabética, onde todos os fonemas devem estar representados. A análise se aprimora e é possível a compreensão de que uma sílaba pode ter uma, duas ou três letras. Escreve como fala.
Veja nos exemplos:






Conclusão
A alfabetização é um processo muito importante na vida da criança, na qual possibilita a compreensão das ideias que começam a se formar na sua cabeça com relação o que se passa ao seu redor.
Os pais devem estimular a criança e motivá-la desde pequena com os rabiscos, desenhos, ler histórias para que possa desenvolver a curiosidade e ter interesse de aprender e tomar gosto pela leitura e pela escrita.
Como professores, devemos ter um novo olhar para a alfabetização, devemos compreender a escrita das crianças porque suas produções podem representar várias características de personalidade e afetividade, não podemos direcioná-las. O nosso papel é mediar e estimular para que busquem compreender os significados em cada contexto. Não existe uma receita pronta para alfabetizar, mas metodologias que o professor possa utilizar na construção da aprendizagem das crianças, metodologias que cada dia se renova.
Durante a pesquisa, vivenciei alguns momentos fascinantes das crianças é impressionante como usam a lógica para compreender os significados e é essa lógica que devemos prestar atenção, na forma que buscam para aprender. Podemos encontrar crianças de cinco anos no nível alfabético e crianças de seis anos no pré-silábico, portanto cada criança tem o seu tempo de aprender e desenvolver, tendo o professor como mediador da aprendizagem.

Referências
FERREIRO, Emilia. Reflexões Sobre Alfabetização. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2005.104 p.

FERREIRO, Emilia. Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em: Set. 2011.

SILVA, Maria Alice S. Souza. Construindo A Leitura E A Escrita: reflexões sobre uma prática alternativa em alfabetização. São Paulo: Ática, 2003. 77 p.




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Criando um ambiente alfabetizador

Tempo
Este é o momento de observação das características climáticas, que podem, no decorrer do dia, sofrer alterações. Por isso, devem ser exploradas e observadas no decorrer do dia, fazendo antecipações e previsões do que irá acontecer, como também as conseqüências deste para o dia-a-dia do homem. É importante que seja observado se o tempo está ensolarado, chuvoso e/ou nublado.

O professor pode registrar estas informações no calendário mensal exposto na sala e, em conjunto com a turma, criar uma legenda. Os alunos, registram estas informações em seu calendário individual, diariamente, com as cores referidas ao tempo.
  • Chuvoso
  • Nublado
  • Ensolarado